Brasil Energia, nº 483, 30 de outubro de 2023 87 A Schneider Electric e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) anunciaram ação conjunta para implementar projetos solares em comunidades indígenas e ribeirinhas e de redução de emissões de carbono na Amazônia Legal. A ideia passa por encontrar parcerias para instalar sistemas de microrredes, baseados em geração fotovoltaica e armazenamento com baterias de lítio. A iniciativa é uma continuidade de um piloto instalado na comunidade do Tumbira, no estado do Amazonas, em 2012. “Cada comunidade, que antes dependia de geradores a diesel poluentes, barulhentos, caros e ligados por 3 a 4 horas ao dia, recebeu um microgrid e passou a ter energia limpa, segura e ininterrupta”, comentou o presidente da Schneider Electric para a América do Sul, Rafael Segrera. Para o projeto piloto, a Schneider doou os equipamentos e cofinanciou a capacitação técnica do Senai ministrada a moradores, para que participassem da instalação do sistema e da rede de distribuição elétrica, aprendendo sobre sua operação e manutenção. Em outubro de 2021, o sistema foi renovado e atualizado. Estratégia A iniciativa da Schneider e da FAS está relacionada com a estratégia global de sustentabilidade da companhia e da Fundação, que em 2021 estabeleceu seis compromissos de longo prazo, entre eles, projetos com forte impacto local. A companhia estima impactar 1,3 milhão de pessoas na América do Sul, sendo aproximadamente 60 mil no Brasil até 2025. Por seu turno, o superintendente geral da FAS, Virgilio Viana, explicou a participação da Fundação no projeto: “Como nossa missão é fomentar o desenvolvimento sustentável da Amazônia, essa colaboração com a Schneider tem total sinergia com a nossa atuação. No prazo de dois anos, queremos acelerar a instalação de mais microrredes.” A Brasil Energia não conseguiu obter da Schneider o valor investido no projeto piloto nem o capex de uma micro rede proporcional a uma dada população. A empresa apenas respondeu que “nossas soluções de micro redes e sistemas individuais são escaláveis e podem atender diversas aplicações. Nesse tipo de aplicação não falamos de custo e sim de retorno. O custo de uma instalação fotovoltaica é inferior ao custo de uma instalação com gerador e elimina a necessidade de queima de combustíveis fósseis”. “Ao longo do tempo, o valor que seria necessário para combustível é revertido para a comunidade que utiliza esse recurso para melhoria da alimentação ou de sua infraestrutura. Se fizermos um exercício, ficaria claro e notório que no momento em que estamos vivendo uma das maiores secas da região da Amazônia, o custo do transporte (em sua grande parte fluvial) e a disponibilidade de combustível são também críticas”, completou a companhia na resposta à consulta. Relatório de 2022, feito pelo Banco Mundial, pela OMS e pela Divisão de Estatística das Nações Unidas (UNSD), em conjunto com a Agência Internacional de Energia (IEA) e a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), mostrou que atualmente 733 milhões de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade. No ritmo atual de eletrificação, cerca de 8% da população mundial, ou cerca de 670 milhões, permanecerão sem acesso à eletricidade em 2030.n
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