e-revista Brasil Energia 483

74 Brasil Energia, nº 483, 30 de outubro de 2023 consumidor ciados pelo banco entre 2018 e 2022, 52% foram suportados por comercializadoras, consolidando a importância desses agentes, que estão impulsionando a expansão do setor elétrico brasileiro fora dos leilões regulados. O estudo da Abraceel ainda constatou que, mesmo considerando apenas as usinas com obras em andamento e licença de instalação vigente, o que soma 18,5 GW no banco de dados da Aneel, o mercado livre de energia segue como ambiente majoritário para os novos investimentos, pois concentra 77% da geração centralizada em expansão até 2029. Para o presidente-executivo da entidade, Rodrigo Ferreira, o mercado livre é importante para as metas de transição energética do Brasil, mas existem desafios na sua descentralização e digitalização. “Na transição energética da área de energia elétrica, o Brasil está muito bem-posicionado no desafio descarbonização, já que mais de 90% da energia elétrica produzida é proveniente de fontes renováveis. Mas estamos muito atrasados nos desafios de descentralizar a contratação de energia elétrica e de digitalizar a medição do consumo, elementos fundamentais para que a transição energética alcance o consumidor de energia”, opinou. Expansão renovável As fontes de energia solar e eólica seguem como as preferidas nos novos projetos para expandir a capacidade de geração elétrica brasileira. Do total de 129,5 GW de geração centralizada com previsão de entrar em operação até 2029, 93% são provenientes de usinas solares e eólicas, representando um crescimento de 11 pontos percentuais em relação ao ano anterior. O mercado livre segue também como ambiente indutor das fontes renováveis na medida que é destino da parcela majoritária dos projetos outorgados. Mais de 97% da geração centralizada fotovoltaica prevista no período será destinada ao mercado livre. No caso da expansão via usinas eólicas, 91%. Adicionalmente, 52% da geração elétrica a partir da biomassa tem o mercado livre como destino, assim como 45% das pequenas centrais hidrelétricas (PCH, com capacidade até 30 MW) e centrais geradoras hidrelétricas (CGH, até 5 MW) previstas para iniciar operações até 2029. n RODRIGO FERREIRA, presidente da Abraceel: estamos atrasados nos desafios de descentralizar a contratação de energia elétrica e de digitalizar a medição do consumo

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