Brasil Energia, nº 483, 30 de outubro de 2023 31 As metas de aumento gradual da mistura de biodiesel ao diesel aprovadas pelo CNPE no começo deste ano preveem pequenos acréscimos anuais até 2026, quando o combustível deverá concentrar 15% de biodiesel em sua formulação. Em abril, a mistura passou de 10% para 12%. A questão é que os biocombustíveis não são funcionalmente equivalentes aos derivados de petróleo e não são totalmente compatíveis com motores existentes. “No Brasil, algumas associações afirmam que a mistura de biodiesel poderia chegar a 20% sem modificações nos motores atuais e testes estão sendo realizados com fabricantes de caminhões para confirmar esta hipótese”, defende a consultoria em estudo recém-lançado. O relatório assinado pelos especialistas Ivo Godoi Jr., Rodolfo Taveira e Rodrigo Borges lembra que nos EUA, o B20 (mistura de 20% de biocombustível) é comum e representa um bom equilíbrio entre custo, emissões, desempenho em climas frios e compatibilidade com motores convencionais. O diesel A é a principal fonte de emissões de CO2 no Brasil e tem sido um peso na balança comercial, pois cerca de um quarto do abastecimento vem de outros países. Ultimamente mais da metade desta fatia tem vindo da Rússia, que anunciou restrições temporárias de suas exportações para estabilizar seu próprio mercado. A disparada das importações de diesel nos últimos dois anos, com relatos de dificuldade de abastecimento no Centro-Oeste, reacendeu a discussão sobre o aumento da mistura de biodiesel ao produto. O presidente Lula defendeu a antecipação das metas já definidas pelo CNPE. A consultoria sugere um cenário ainda mais ousado, com metas parecidas às estimadas para a Indonésia – onde se espera que a mistura atinja 35% até o final de 2023. “Se o Brasil conseguir atingir níveis de mistura semelhantes aos da Indonésia, poderá reduzir a contribuição de importação para 5% e aumentar a parcela total de biodiesel do fornecimento de combustível o suficiente para atingir a
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