e-revista Brasil Energia 483

12 Brasil Energia, nº 483, 30 de outubro de 2023 entrevista Joelson Mendes Diretor de Exploração e Produção da Petrobras formação até 2028, além do uso de novas tecnologias de descarbonização? Nos últimos anos, temos conseguido entregar a curva de produção prometida e projeções bastante confiáveis. O mesmo crescimento da produção que já vinha sendo divulgado continuará a ser divulgado no próximo planejamento estratégico. Neste ano, vamos entregar a meta de produção. Estamos muito tranquilos. Alguma contratação nova para o E&P está no radar? Há um crescimento grande no planejamento estratégico que será mantido. A novidade é que as nossas atividades de descomissionamento estão aumentando. As despesas já tinham sido provisionadas e agora estão sendo executadas. Boa parte do desmantelamento verde deve acontecer no país. Os nossos estaleiros ficarão cheios a partir do momento em que todos se prepararem. Além disso, muitos dos módulos das plataformas futuras serão construídos no Brasil. Hoje, temos tudo muito bem definido do que entra até 2028. Mas, muito provavelmente, até lá, a gente vai sancionar outros projetos oriundos das atividades exploratórias e de desenvolvimento da produção e vai para a rua. Poderia dar um exemplo do que pode vir pela frente? O que acabamos de fazer no campo de Marlim (na revitalização da Bacia de Campos) faremos em outros campos grandes. Pretendemos fazer em Albacora, onde há duas plataformas produzindo há 30 anos, que já estão no seu final de ciclo. Também estamos em negociação com a ANP e devemos obter a extensão da concessão de Albacora. Neste ano, fomos para rua e, se tudo der certo, vamos receber o preço, negociar e conseguir tomar a decisão de investimento. Depois, tem a revitalização de Marlim Sul e Barracuda/Caratinga. Tem vários campos mais antigos de porte, nos quais ainda é vantajoso colocar mais uma ou duas plataformas, em um novo ciclo. Mas essas plataformas já estavam previstas. Sim, mas uma coisa é planejamento. Outra coisa é como vai estar a cotação do petróleo, quais preços vamos receber (nas licitações)… As plataformas estão no pipeline, mas isso não significa que vão acontecer. Tem que ter viabilidade econômica e isso depende de vários fatores. Os nossos projetos precisam ser resilientes. Os insumos, por exemplo, mudam de preço, como sondas de perfuração e embarcações para lançamento de linhas. Na média, eles estão 14% mais caros neste ano do que no ano passado. Mas está tudo indicando que o petróleo vai se manter em alta, que terão menos descobertas no mundo inteiro, menor oferta e isso significa, em geral, preços (do petróleo) um pouco maiores. A expectativa, portanto, é que o valor de resiliência aumente um pouco. Temos que considerar o petróleo mais elevado para que os projetos sejam resilientes. n

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