Cogeração de energia atinge 20,6 GW

Capacidade instalada em operação comercial equivale a 1,47 vezes a hidrelétrica de Itaipu

A capacidade instalada de cogeração de energia em operação comercial no Brasil atingiu a marca de 20,6 GW em setembro. De acordo com a Cogen, com base em dados da Aneel, o volume equivale a 1,47 vezes a capacidade instalada da maior hidrelétrica de Itaipu, com 14 GW.

No mês passado, somente a cogeração com resíduos de madeira ultrapassou a marca de 1 GW após receber 26,45 MW de resíduos de madeira da usina FS Primavera, localizada em Primavera do Leste (MT). Em 2022, a capacidade instalada nacional chegou a 20,4 GW.

No total, o Brasil conta com 656 usinas de cogeração. Atualmente, o bagaço de cana-de-açúcar lidera o ranking com 388 usinas e capacidade instalada de 12,43 GW. O volume é equivalente a 60,3% da cogeração total do país. Em seguida, está o licor negro com 21 usinas e 3,40 GW; gás natural, com 93 unidades e 3,15 GW.

Já o cavaco de madeira conta com 74 plantas e capacidade de 1,01 GW; e o biogás com 51 usinas e 376 MW. As outras fontes somam uma capacidade de 277 MW, oriundas de 29 unidades.

O presidente executivo da Cogen, Newton Duarte, expôs que, nos períodos secos, as biomassas exportaram, em média mensal, mais de 3,2 GWh para o SIN. No ano passado, o segmento ajudou a poupar 14 pontos percentuais do nível de reservatórios dos subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

“Acreditamos que os organismos de planejamento poderiam ser mais assertivos ao sinalizar a expectativa de crescimento da cogeração. Isso seria importante para a decisão de investimento. O potencial de crescimento é expressivo, sobretudo com as possibilidades de um novo uso da cana-de-açúcar e seus resíduos com o advento da produção de biometano”, destacou.

Outra aposta é no crescimento da cogeração a gás natural, especialmente com perspectivas de novos ofertantes da molécula. Segundo Duarte, o movimento pode aumentar a viabilidade de projetos no setor.

Ranking da cogeração

O estado de São Paulo lidera o ranking por unidades da federação de cogeração por biomassa, com 7,4 GW instalados. Depois, está Minas Gerais (2,1 GW), Mato Grosso do Sul (1,9 GW); Goiás (1,5 GW); Rio de Janeiro Paraná (cada um com 1,3 GW) e Bahia (1,1 GW).

Entre os cinco setores industriais que mais usam a cogeração estão o sucroenergético (12,437 GW), papel e celulose (3,407 GW), petroquímico (2,256 GW), madeireiro (861 MW) e alimentos e bebidas (648 MW).

Foto: Cogen

Em expansão até 2026

A Aneel estima uma adição na capacidade instalada de 1,8 GW até 2026, com média anual de 454 MW por ano. Os acréscimos são de 452 MW (2023), 789 MW (2024), 232 (2025) e 343 MW (2026), totalizando exatamente 1816 MW. Os dados são do painel “Acompanhamento da Implantação das Centrais Geradoras de Energia Elétrica”.


Matéria originalmente publicada no EnergiaHoje, em 10 de outubro de 2023.

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