Blue Marine Telecom instalará malha óptica submarina na Bacia de Campos

O contrato assinado com a Petrobras possui o objetivo de conectar duas estações terminais em terra a 12 plataformas

A Blue Marine Telecom implantará, para a Petrobras, uma malha óptica submarina de 585 km na Bacia de Campos. O projeto, avaliado em R$ 1,2 bilhão, conectará duas estações terminais em terra a 12 plataformas, com possibilidade de expandir para nove outras plataformas.

Com previsão de conclusão até meados de 2025, o contrato, assinado em junho deste ano, inclui a construção de uma cable landing station (estação de onde partem/chegam os cabos em terra) em Anchieta (ES), e a ampliação de outra, em Barra do Furado, no município de Quissamã (RJ).

Desses mais de 500 km, 442 km serão parte do tronco principal que interligará as duas estações. Do meio deste cabo principal sairão as 12 unidades de ramificação (branching units), além dos três passive branching units (PBU), que medirão no total 104 km de cabos em profundidades de até 2.500 metros. Também serão 12 umbilicais, somando 39 km.

“A finalidade é levar comunicação confiável, robusta e rápida para as unidades de exploração que utilizarão estes serviços de diversas formas. Para comunicação em si, mas também para tráfego de informações confidenciais, que são informações que necessitam de baixa latência, confiabilidade e muita rapidez”, contou o CEO da Blue Marine Telecom, Rodrigo Magarotto, ao PetróleoHoje.

Este é um contrato turn in key, no qual a empresa entrega o projeto funcional, já comissionado e testado para o cliente. O CEO explicou que o projeto envolve o estudo da rota onde será instalado o cabo submarino (estudos de sísmica, sonografias, geológicos, entre outros); o planejamento executivo, para conseguir os insumos; e a implantação do sistema.

Como parceiros na atividade, a Blue Marine contratou a empresa chinesa Hengtong, que fabrica os cabos ópticos, e a empresa brasileira MFX, que fabrica os umbilicais ópticos. Estes mesmos parceiros são utilizados em outro projeto de malha óptica submarina na Bacia de Santos, também para a Petrobras.

Projeto de malha óptica submarina na Bacia de Santos (Créditos: Zmax, divulgação)

As operações de instalação já estão em andamento em Santos, com previsão de conclusão em dezembro de 2023. O objetivo é conectar 13 plataformas, com possibilidade de conectar outras 20 no futuro, interligando estações em terra de Praia Grande (SP) até a estação na Praia da Macumba (RJ). “Estamos encarando o desafio da Bacia de Santos, e fruto disso a Bacia de Campos veio na sequência”, disse Magarotto, além de apontar que os projetos têm o mesmo objetivo, apesar de em Santos o plano ser um pouco mais complexo e a tecnologia ser diferente.

Eólicas offshore

Além de implantar e realizar manutenção de sistemas ópticos submarinos, a Blue Marine Telecom também trabalha com sistemas eletro-ópticos submarinos. Para o executivo, o futuro mais próximo para os projetos da empresa é o da eólica offshore, uma vez que os projetos elétricos da empresa os preparam para essa indústria.

“É o boom que vai acontecer e não tem mais volta”, afirmou. A eólica offshore, segundo o CEO, está ligada à área da empresa, pois é a implantação dos cabos que ajudará na comunicação e contribuirá para a automação do sistema eólico, bem como transportar a energia gerada para a terra.

Fundada em 2008, a Zmax Blue Ship Group é uma holding brasileira que conta com a Blue Marine Telecom, sua subsidiária especializada na implantação e manutenção de cabos e fibras ópticas submarinas, e outras quatro empresas em seu grupo. Elas são a Blue Amazon (Operações marítimas com engenharia avançada), a Blue Bay (transporte de resíduos), a Blue Terminals (bases marítimas) e a BR8 Shipping Company (atividades de transporte com operadores internacionais).


Matéria originalmente publicada no PetróleoHoje em 15 de agosto de 2023.

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